Com objetivo de divulgar informações sobre a doença, ampliar o entendimento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, dezenas de países ao redor do mundo reconhecem o dia 29 de outubro como “Dia Mundial da Psoríase”. No Brasil não é diferente. A Sociedade Brasileira de Dermatologia organiza série de ações ao longo do mês e mantém um site oficial com muitas informações: www.psoriasetemtratamento.com.br.

A psoríase é uma doença crônica inflamatória não contagiosa, que impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes. Atinge cerca de 3% da população mundial, sendo bastante frequente entre homens e mulheres – especialmente na faixa entre 20 e 40 anos. Além disso, está relacionada a comorbidades como obesidade, dislipidemias, diabetes e risco cardíaco. Não existe causa definida, mas a doença é considerada de caráter imunológico e pode ser desencadeada por fatores associados ao estresse e à baixa imunidade.

Entre as principais características da psoríase está o aparecimento de lesões róseas ou avermelhadas recobertas por escamas esbranquiçadas, que na maioria dos casos aparecem em várias áreas do corpo, entre as quais cotovelos, joelhos ou couro cabeludo, unhas, palma das mãos e plantas dos pés, por toda a pele e nas articulações (com dor ou até mesmo artrite). Trata-se de uma doença cíclica, cujos sintomas desaparecem e reaparecem periodicamente.

É importante destacar que a psoríase não pode ser adquirida pelo contato, mesmo íntimo, com qualquer portador da doença. Os tratamentos são determinados conforme a gravidade. A terapia em casos de psoríase leve é somente com orientação e uso de medicação tópica. Quando moderada, acrescenta-se a fototerapia – método em que o paciente é colocado em cabine especial e submetido à irradiação controlada de luz ultravioleta A ou B. Drogas sistêmicas e medicamentos biológicos são alternativas para psoríases de moderada a grave.

Abaixo, seguem os tipos de psoríase*:

Psoríase em placas ou vulgar
Manifestação mais comum da doença. Forma placas secas, avermelhadas com escamas prateadas ou esbranquiçadas. Essas placas coçam e, algumas vezes, doem, podendo atingir todas as partes do corpo, inclusive genitais. Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar.

Psoríase ungueal
Afeta as unhas das mãos e dos pés. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme. Em alguns casos, a unha chega a descolar do leito ungueal.

Psoríase do couro cabeludo
Surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os flocos de pele morta em seus cabelos ou em seus ombros, especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa.

Psoríase gutata
Geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. É caracterizada por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. As feridas são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos.

Psoríase invertida
Atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais. São manchas inflamadas e vermelhas. O quadro pode agravar em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região.

Psoríase pustulosa
Nesta forma de psoríase, podem ocorrer manchas, bolhas ou pústulas (pequena bolha que parece conter pus) em todas as partes do corpo ou em áreas menores, como mãos, pés ou dedos (chamada de psoríase palmoplantar). Geralmente, desenvolve-se rápido, com bolhas de pus que aparecem poucas horas depois de a pele tornar-se vermelha. As bolhas secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.

Psoríase eritodérmica
É o tipo menos comum. Acomete todo o corpo com manchas vermelhas que podem coçar ou arder intensamente, levando a manifestações sistêmicas. Ela pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos intempestivos (como uso ou retirada abrupta de corticosteroides), infecções ou por outro tipo de psoríase mal controlada.

Psoríase artropática
Além da inflamação na pele e da descamação, a artrite psoriática, como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta mais comumente as articulações dos dedos dos pés e mãos, coluna e juntas dos quadris e pode causar rigidez progressiva e até deformidades permanentes. Também pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase.
* Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Dra. Cristina Laczynski, professora da disciplina de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC e preceptora de ensino nas áreas de Dermatopediatria e Criocirurgia.