A Organização Mundial de Alergia (WAO – World Allergy Organization) realiza de 22 a 28 de abril a Semana Mundial de Alergia 2018, cujo tema é “Dermatite Atópica: uma coceira que causa erupções na pele”. Ao longo da semana, entidades associadas em todo o mundo estarão empenhadas em divulgar informações sobre a dermatite atópica e em compartilhar conhecimentos, a fim de aumentar a conscientização sobre a doença e melhorar os cuidados de pacientes e seus familiares.

Segundo a WAO, a dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é a doença inflamatória crônica mais comum da pele, caracterizada principalmente por pele seca e com prurido. Afeta todas as idades, mas geralmente começa em bebês e crianças antes dos 5 anos. A prevalência varia entre 2% e 5% da população geral. No entanto, em crianças e adultos jovens pode chegar a 15%.

Durante a Semana Mundial de Alergia 2018, especialistas em todo o mundo fornecerão informações ao público em geral e aos médicos sobre dermatite atópica, com foco no cuidado adequado ao paciente, mas também ressaltando os aspectos socioeconômicos da doença – levando em consideração que a dermatite atópica é um problema de saúde pública, que impacta diretamente na qualidade de vida, no trabalho e no convívio social dos pacientes.

MARCHA ATÓPICA

Existem pacientes que sofrem com uma progressão natural de doenças alérgicas, que geralmente começam bem cedo na vida. São casos conhecidos como “marcha atópica”, em que a dermatite atópica é frequentemente a primeira manifestação de hipersensibilidade alérgica e surge na infância, nos primeiros meses ou anos de vida. O termo “marcha” refere-se ao desenvolvimento progressivo de outras condições alérgicas, como alergia alimentar, asma ou rinite alérgica. Devido ao papel que a alergia pode desempenhar na dermatite atópica, é importante obter um diagnóstico precoce e preciso, assim como receber os cuidados adequados de um dermatologista ou de um alergista.

SINAIS E SINTOMAS

A dermatite atópica caracteriza-se por lesões cutâneas muito pruriginosas e tem como sinal mais importante o ressecamento da pele, que pode ser acompanhado por descamação e vermelhidão, podendo evoluir para o envolvimento de toda a pele, com repercussões em todo o organismo. Fatores ambientais, como a poluição e o tempo muito seco, podem agravar a doença. Infecções também podem ocorrer, muitas vezes ocasionadas ao coçar a pele e por escoriações.

A doença é bastante frequente no público infantil e nos jovens, podendo iniciar logo aos três meses de idade. Tem grande impacto na vida das crianças e de suas famílias, principalmente pelo aspecto das lesões de pele e pela coceira, que pode ser intensa e, muitas vezes, alterar o sono e comprometer a qualidade de vida.

Para o tratamento, o uso de hidratantes é fundamental, assim como o acompanhamento periódico com dermatologista ou alergista, que oferecerá aos pacientes as orientações e terapias mais adequadas para cuidar e controlar a doença. Em quadros mais graves, pode ser necessário uso de imunossupressores e imunobiológicos.

* Dra. Cristina Laczynski, professora da disciplina de Dermatologia da Faculdade de Medicina do ABC e preceptora de ensino nas áreas de Dermatopediatria e Criocirurgia.